domingo, 27 de julho de 2014

Domingos chuvosos


E de repente, viu - se presa em uma realidade quase inversa à que estava poucos minutos atrás - em seu sonhos. Seu corpo parecia pesar toneladas, enquanto afundava naquela superfície macia em que estava estendido. Fez força para levantar, mas a sua volta, formaram-se correntes, elos de tecido tramados, e seu esforço lhe pareceu vão. Em seu entorno, o mundo andava e, enquanto em seu pensamento surgiam um turbilhão de ideias que se confundiam com a realidade, ela permanecia estancada, imóvel, praticamente extinta, confusa em seu mundo de sonhos. Vozes sussurravam em seu ouvido canções de ninar e o frio lá fora parecia que iria não só lhe arrancar a alma, mas também a rasgar em  pequenos pedaços de gelo, antes de despedaçá-los no chão.
Tentou uma última vez se desvencilhar daquela maré de cobertores e conforto que surgiam a sua volta, inutilmente. Parou de resistir, afinal... Talvez não faria mal se ficasse mais uns 30 minutinhos na cama.



Depois de anos, volto a escrever. Talvez não com toda a intensidade de antes, ou paixão, ou facilidade, mas acho que é uma coisa que se desenvolve com a prática. Da falta, surgiu o desejo que se instalou em mim, e então a oportunidade me veio. Uma situação corriqueira, devo admitir, praticamente banal. Mas que foi o estopim para que meu cérebro começasse a trabalhar quase que sozinho.

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